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2. Vaerá


B’SD

Kol Hamoshiach

PARASHAT VAERÁ

Conteúdo da Parashá:

Þ  As palavras de Moshé não são escutadas nem pelos Bnei Israel, nem pelo Faraó.

Þ  Moshé e Aarão cumprem prodígios.

Þ  A primeira praga: Dam/o sangue.

Þ  A segunda praga: os sapos.

Þ  A terceira praga: quinim/os piolhos.

Þ  A quarta praga: arov/os animais selvagens.

Þ  A quinta praga: dever/a peste.

Þ  A sexta praga: Shéchin/as úlceras.

Þ  A sétima praga: barad/o granizo.

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Hashem (D’us) enviou pragas sobre o Egito. As pragas atingiram os egípcios, fizeram seus corações se rebaixarem e isso provocou a Gueulá (redenção) dos Judeus do Egito.

A primeira etapa do processo da saída do Egito está contida nas dez pragas e se realiza hoje também no reino espiritual.

Do mesmo modo que os judeus eram escravos no Egito, assim também a alma divina é escrava da má inclinação, (aquilo que nos empurra para fazer o mal, o Ietser Hará), que a aprisiona.

Assim como Hashem mandou dez pragas sobre os egípcios para enfraquecê-los e provocar a saída dos Judeus do Egito, da mesma maneira, para rebaixar o Ietser Hará vamos enviar-lhe as mesmas pragas.

Quando os Judeus saíram do Egito, estavam na véspera, a ponto de receber a Torá, que lhes foi outorgada e a aplicaram. Quando quebramos e dominamos nossa má inclinação, também ocorre uma saída do Egito espiritual, uma liberação das correntes do Ietser Hará e a partir desse momento o Judeu recebe a Torá e vai cumpri-la de forma integral.

Quais foram as pragas que D’us enviou aos egípcios para enfraquecê-los e libertar os Judeus do Egito? Vamos trazer as mesmas pragas ao Ietser Hará para rebaixá-lo e libertar nossa alma destas correntes.

As primeiras pragas enviadas ao Egito foram a praga do sangue e a praga dos sapos.

O SANGUE: todas as águas do Egito se transformaram em sangue.

Símbolo da água:      Frio

Símbolo do sangue:  Calor, vitalidade.

A praga do sangue: todas as águas frias se transformaram em sangue, símbolo do calor.

O frio ficou quente.

Os SAPOS: os sapos saíam da água e se dispersavam em todo o Egito. Sapos crescem na água, poças, tanques, lagos, lagoas. Os sapos são sempre úmidos.

Símbolo dos sapos:   Frieza, como a água.

A praga dos sapos: os sapos entravam em todo o Egito – se introduziam em qualquer lugar, até mesmo nos fornos, enquanto estes funcionavam.

Forno em estado de funcionamento: calor, efervescência.

Exatamente no calor dos fornos dos egípcios os sapos se introduziam! Imaginem sapos, todos úmidos, bem frios, entrando nos fornos dos egípcios e esfriando-os! O quente se tornava frio

Estas pragas, o sangue e os sapos, que Hashem enviou enfraqueceram os egípcios e podem também enfraquecer nossa própria má inclinação.

A primeira praga: o Sangue

É preciso aquecer a frieza, a calma, o desinteresse com respeito a tudo relativo à Torá e às Mitsvot e trazer calor, superexcitação, como as águas que se transformaram em sangue. A má inclinação, o Ietser Hará, tem por finalidade esfriar o entusiasmo do indivíduo que quer se dedicar a Torá e Mitsvot, tirando toda a excitação que surge delas. Assim Torá e Mitsvot ficarão inanimadas, como um vegetal: este é o trabalho do Ietser Hará.

Quando o Judeu quer, tem vontade de fazer uma mitsvá, o Ietser Hará vai lhe dizer: porque você está tão excitado? Calma. Qual é a finalidade de você fazer uma mitsvá? Fica no teu canto, não pensa nos outros.

Ou quando um judeu se excita com todos os milagres que D’us fez na saída do Egito, o Ietser Hará vem e lhe diz: Afinal é normal para D’us fazer milagres. Não vejo porque você está pulando, se maravilhando.

É neste momento que precisa bater no Ietser Hará, e com o SANGUE!! É preciso introduzir o calor, a efervescência e a excitação em tudo que se refere ao estudo da Torá e ao cumprimento das Mitsvot. Ao olhar para a Torá não se pode ficar calmo. Não se trata a Torá com frieza. É preciso abordá-la com um intenso sentimento de alegria, excitação; assim também com cada Mitsvá. Quando existe este encantamento, é essa a alegria que vai procurar o desejo de fazer mais e mais, e fazer na alegria cada mitsvá; é isso que vai diminuir o Ietser Hará, vai apoquentá-lo e libertar a alma divina das suas correntes.

A segunda praga: os sapos

Precisamos esfriar todo o calor e a excitação que o Ietser Hará tira dos prazeres do mundo e agir do mesmo modo que os sapos, entrando nos fornos dos egípcios.

O Ietser Hará vai proclamar e ferver com as futilidades das coisas mundanas, pelas coisas inúteis, secundárias, por todos os prazeres deste mundo de vaidade das vaidades. Precisamos, então, esfriar essa excitação que se tem pelas vaidades do mundo e procurar se distanciar delas. Quando não se tem nenhuma excitação com as coisas ruins, quando o homem não funciona no nível dos seus impulsos animais, quando ele se controla e domina essa tendência, ele fica louco para estudar Torá e fazer Mitsvot.

É preciso sair do Egito todo dia (.............................................). O que quer dizer isso? Sair do seu próprio Egito, dos seus próprios limites, da própria prisão, que o Ietser Hará provocou. Então acrescenta-se encantamento, força, motivação, alegria na realização das mitsvot e esfria-se, acalma-se toda a excitação pelas coisas materiais deste mundo e pelas vaidades mundanas. Graças a isso seremos todos liberados.

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MIDRASH:

Hashem disse a Moshé: “Faraó recusou deixar o povo partir. Adverte-o e diz a ele que se ele não Me escutar, Eu mandarei uma praga devastadora sobre ele e sobre seu povo. Desce até o Nilo pela manhã cedo, para encontrar o Faraó e adverte-o ali. Ele pretende ser um deus. É por isso que ele se dirige ao Nilo para fazer suas necessidades em forma secreta.”

Moshé encontra o Faraó cedo pela manhã na beira do Nilo e lhe dirige essas palavras: “Você pretende ser um deus. O que está fazendo agora na beira do Nilo? Será que deus faz as suas necessidades?”

“Quem foi que disse que eu era um deus?” perguntou o Faraó.

“Não foi o que você disse aos egípcios?”

“E quem são os egípcios? Esses idiotas não são seres humanos, são asnos. Que importância tem o que eu lhes digo?” debochou o Faraó.

Moshé transmitiu as palavras de Hashem ao Faraó e o advertiu que o Nilo seria transformado em sangue mas o Faraó não levou em consideração a advertência.

Hashem ordenou a Moshé: “Estende a tua mão e bate no rio.”

Hashem ordenou a Moshé: “diga a Aarão: “toma a tua vara e estende a tua mão para que todas as correntes, rios e lagos do Egito produzam sapos”. Quando Aarão estendeu sua mão os egípcios tiveram a surpresa de assistir a um espetáculo estranho. Um enorme e hediondo sapo saiu do rio e tomou a estrada principal em direção ao palácio do Faraó. Hashem deu aos egípcios uma última chance para se arrependerem antes de serem invadidos por outros sapos. Mas os egípcios trouxerem armas e varas para matar o sapo monstruoso. Em vez de cair morto, o sapo abriu a sua boca e cuspiu uma legião de sapinhos. O sapo emitiu um pequeno assobio e com esse sinal exércitos de sapos surgiram do rio acompanhados de outros répteis aquáticos com bocas e dentes enormes (...) Os sapos encheram as casas dos egípcios, os fornos para assar, pulavam nas mesas, nas cadeiras e nas camas dos egípcios mordendo-os. Os sapos maiores e mais gordos se instalaram no palácio do Faraó. Os sapos não morriam depois de entrarem no corpo dos egípcios. Continuavam fazendo um barulho ensurdecedor nas suas barrigas, e gritavam: “quanto tempo mais precisaremos ficar aqui?” E outro coração de sapo, no estômago, respondia, coaxando: “até que Moshé, o filho de Amram, venha e reze para que sejamos liberados”.

_________________________________________________________________________O EGITO

Para poder imaginar a situação dos judeus no Egito, devemos primeiro compreender a natureza do meio ambiente onde estavam inseridos.

Nesta época o Egito era o que habitualmente chamamos um país altamente civilizado. Estava adiantado tanto nas ciências e nas artes quanto na área da agricultura e da técnica. A fama da sua civilização estava tão espalhada que o passuc (versículo) o utiliza como meio de comparação dizendo: “E a sabedoria de Shlomo ultrapassava a sabedoria de todos os povos do leste e a sabedoria do Egito.” (Melachim-Reis, 1,5-10).

A brilhante e imponente fachada da ciência e da arte só servia para encobrir a verdadeira natureza da nação. Nossos Sábios revelaram a verdadeira razão do seu progresso nas áreas acima citadas. Eles só tinham uma finalidade em mente: descobrir todos os prazeres físicos possíveis e desfrutá-los. Sua vida consistia numa existência sem inibição nem restrição. Toda a nação praticava e dominava o quishuf, as ciências ocultas da magia negra e de ov e idoni, que a Torá nos proíbe. Dirigiam suas orações aos animais acreditando que encarnavam as almas dos seus ancestrais. Em essência, sua civilização era a da depravação total. É por isso que nossos Sábios chamaram o sar do Egito “Gehinam” que indica um vazio espiritual e moral total.

Devemos encarar a permanência da família de Iaacov no Egito neste contexto.

O Todo-Poderoso prometeu a Iaacov, antes do seu desaparecimento: “Minha Shechina (presença Divina) descerá com vocês no Egito” (Bereshit 46:4).

Estas palavras continham a segurança que Ele os protegeria contra os efeitos nocivos existentes no plano espiritual, e os impediria de se assimilarem totalmente. Por causa da Sua promessa, o Todo Poderoso salvou os judeus antes que estivessem completamente submersos pela idolatria egípcia e perdidos para todo o sempre.

A sexta praga: Shchin / as úlceras

·  As três primeiras pragas (que vinham de baixo), o sangue, as rãs e os piolhos, tinham sido trazidas por Aharão.

·  Três pragas (que vinham do céu) foram provocadas por Moshé: o granizo, os gafanhotos e as trevas.

·  Hashem (D’us) Ele-Mesmo, desencadeou três pragas: os animais selvagens, a peste e a morte dos primogênitos.

·  A praga das úlceras foi o resultado da ação combinada dos três: Hashem, Moshé e Aharão.

Hashem ordenou a Moshé e a Aharão que cada um tomasse dois punhados de cinzas de uma fornalha. Depois Aharão teve que dar seus dois punhados a Moshé, e Moshé teve que atirar tudo para o céu. Hashem transformou-as em úlceras que desceram sobre os egípcios e seus animais.

O fato de trazer a praga das úlceras sobre os egípcios incluía três milagres:

1.  Embora uma pessoa não possa normalmente atirar flechas além de cem amot, a cinza atirada por Moshé tingiu o próprio Quissé Hacavod (Trono da Glória) (mesmo sendo a cinza uma substância muito leve que normalmente não voa para muito longe).

2.  Quatro punhados de cinza couberam milagrosamente numa das mãos de Moshé (duas que ele recolheu com suas duas mãos e duas que Aharão tinha lhe dado).

3.  Esta quantidade de cinza não poderia normalmente ter coberto mais que uma superfície de quatro amot, mas quando Moshé a lançou, elas se espalhou sobre todo o país do Egito.

Esta praga foi trazida de maneira espetacular pela ação combinada de Hashem, Moshé e Aharão porque foi a mais nefasta das dez pragas: provocou sofrimentos físicos em cada um dos egípcios (e não se limitou a danificar seus bens).

A praga das úlceras não se parecia com nenhuma doença conhecida dos egípcios. Seus sintomas se pareciam com os da lepra mas esta doença não podia se reduzir a nenhuma forma de lepra por ser, de fato, uma combinação de vinte e quatro tipos de lepras diferentes. As bolhas que cobriam seu corpo eram úmidas no interior mas secas externamente. O sofrimento era impossível de aliviar. Todas as pomadas que amoleciam a crosta externa dura, agravavam a umidade da camada interna e todos os remédios que tratavam o pus que escorria irritavam a pele seca.

Os magos do faraó foram tão gravemente atingidos pelas úlceras que não puderam comparecer quando Moshé e Aharão entraram no palácio. Foram assim castigados por terem sugerido que os recém nascidos judeus fossem atirados no Nilo para eliminar Moshé, e por terem pronunciado a pena de morte contra Moshé quando este, ainda criança, tinha tomado a coroa do faraó. Os magos não se recuperaram das úlceras quando a praga desapareceu, ficando doentes até sua morte.

A praga das úlceras se abateu sobre os egípcios para puni-los Mida-quenegued-mida, por um dos crimes cometidos contra os judeus. Eles tinham obrigado os judeus a preparar-lhes o banho, aquecendo ou esfriando a água. Agora não podiam mais tomar banho por causa das úlceras, não podiam suportar o contato da água, nem quente nem fria. Por meio desta praga, os egípcios foram também castigados por terem forçado os judeus a trabalhar sem descanso, não lhes permitindo a mínima interrupção, nem para se coçarem se sentissem a necessidade; agora, tinham a oportunidade de sentir no seu próprio corpo o que isso significava, ser irritados e não poderem aliviar a coceira.

Os egípcios não tinham se sensibilizado com as pragas anteriores mas acharam a praga das úlceras intolerável e gritaram: “É uma praga horrível!”

O faraó convocou Moshé e Aharão e suplicou-lhes que dessem fim à praga. Mas logo que esta desapareceu, o Faraó não manteve as suas promessas. Hashem endureceu o seu coração para puni-lo por ter se recusado a fazer teshuva (arrepender-se e retornar a D’us) durante as cinco primeiras pragas.

24 de Tevet de 5573 (1813) – Data em que o Admor Hazaquen, autor do Shulchan Aruch e do Tania, deixou este mundo, na saída do Shabat Shemot, pouco antes da meia noite, na cidade de Pyena, estando enterrado em Haditch.

Durante sessenta anos o Admor Hazaquen edificou totalmente a sua atividade comunitária com base em quatro princípios: o amor ao próximo, a difusão da Torá, o serviço de Hashem (impregnado de abnegação, sem cálculos e sem interesses pessoais), e a Tsedacá e as boas ações. Ele preparou para seus sucessores os rebeim de Chabad, um caminho amplo e reto para gerir as necessidades da comunidade.

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